Tempo de Copa é aquela festa, folga na escola, sair mais cedo do trabalho e acompanhar futebol pelo menos uma vez em quatro anos. A Copa do Mundo é algo que diverte o mundo todo, ela nos une em um só, este é o conceito do evento. Desde a última, que ocorreu na África do Sul em 2010, muito se fala da música da Copa, isto por conta do smash hit Waka Waka (Africa 2010) da Shakira. Para quem não sabe muitos outros sucessos são músicas do mundial, como Love Generation do Bob Sinclar e, acredite, We Are The Champions do Queen. Aí chega a vez do Brasil sediar o evento e com isso a FIFA preparou um disco com músicas inspiradas em nossa nação, o One Love, One Rhythm, já conhece ele? Pelo sim, pelo não, hoje eu apresento ele aqui (mesmo que sabendo que as músicas podiam ser bem melhores).
Pra abrir o CD temos We Are One (Ole Ola) do Pitbull, declarada a música oficial da Copa do Mundo, pela Fifa. Preciso falar o quão decepcionante é ter sido selecionada como a principal? Temos três artistas cantando nela: o já ultrapassado Pitbull (esse só sabe falar "Dale"), Jennifer Lopez (que aproveitou o gancho para lançar seu novo disco, muito bom diga-se de passagem), e para representar toda a brasileiridade brasileira do Brasil, temos os incríveis sete segundos de Claudia Leitte! #SQN. A música é extremamente comercial, tentando colar em nossas cabeças os versos "Ole Ola", mas o mundo não é burro e logo rejeitou a canção.
A segunda música do disco já eleva o nível, Dar Um Jeito (We Will Find A Way) de Santana, Wyclef, Alexandre Pires e Avicci, é uma ótima mistura de samba (aquele gigantesco do carnaval), com os estilos mais dance/pop, além de que logo no nome ela representa o Brasil, com sua mania de dar um jeitinho em tudo. Nunca pensei que cantaria uma música com Alexandre Pires, mas ele dá um show nesta. E para melhorar, depois da parte do Xande (já é meu best), temos um break excelente com uma bateria de escola de samba. (Atualizado dia 01/07/2014) Com videoclipe divulgado, a faixa serve de trilha para o encerramento da Copa de 2014.
Temos então a música oficial do mascote, Tatu Bom de Bola do Arlindo Cruz, olha, eu nunca analisei um samba, mas posso dizer que este é muito gostoso de cantar e toda a criançada vai adorar (#Rimou). A letra dela possui vários trocadilhos bem legais.
Ricky Martin também investiu com uma música no disco, Vida é bem animada como os brasileiros, tem um clipe bem feliz como nossa gente, mas só tem um errinho... PORQUE CARGAS D'ÁGUA ESSE EX-MENUDO ESTÁ CANTANDO EM ESPANGLÊS? Se os estrangeiros já achavam que nossa língua é o espanhol, imagina depois dessa. Eu que não sou fã dele sei muito bem que ele fala português.
E a Coca Cola, com toda sua grandiosidade publicitária, conseguiu encaixar uma música patrocinada, é The World Is Ours de Aloe Blacc e David Correy, na verdade os artistas da música mudam dependendo do país que está sendo tocada, por exemplo, aqui no Brasil temos a Gaby Amarantos emprestando seus vocais. E outra vez o disco prova a cagada que a FIFA fez ao escolher We Are One como música oficial. Como a música é patrocinada pela Coca, não podia faltar os, tão famosos, "ooo ooo ooo oo oos" da marca.
A próxima música é Lepo Lepo... ... ... ... é sério isso gente?
Ok, voltando à mente sã do disco, a sexta música é One Nation, feita por dois grandes músicos brasileiros, Sérgio Mendes e Carlinhos Brown, ela me lembrou muito da música de abertura do filme Rio, é uma boa representação do samba de raiz brasileiro e da força que unidos nós temos, ela não tem uma grande melodia, mas os vocais, os instrumentos, tudo é bem colocado na hora certa, ou seja, uma bela harmonia.
E pra tentar salvar o disco vem a linda da Shakira com La La La (Brasil 2014), é uma ótima música, só não melhor que a própria Waka Waka, o único problema é que ela não combina em nada com o conceito de Copa do Mundo, por ser uma adaptação da música Dare (La La La), lançada no mais novo disco da colombiana. Mas, depois de colocar "Brasil" no título e trocar alguns versos, La La La foi adotada como a música oficial da Copa pela maioria das pessoas.
It's Your Thing do The Isley Brothers nos faz viajar para o Rio de Janeiro, é uma visão muito boa da capital turística do nosso país, ela parece uma mistura de samba dos anos 60, com bossa nova e jazz moderno. Escutando ela dá até para imaginar um carioca, vestido de branco dos pés a cabeça, sambando com um pandeiro na gafieira.
Na décima faixa do álbum temos um "remake" do Tico Tico, originalmente cantada pela querida Carmen Miranda. Bebel Gilberto toma conta dos vocais desta vez, eu não conhecia ela até ouvi-la neste chorinho popular, então acabei descobrindo que ela é sobrinha de Chico Buarque e faz muito sucesso no exterior. Achei f e n o m e n a l esta versão de Tico Tico, parece que a música foi feita ontem, parece Carmen Miranda remasterizada. Para acompanhar, a bela voz, de Bebel temos o chinês Lang Lang arrasando no piano. Oooo Tiiiiico. #ValeAPenaOuvirEsta
E se preparem, que agora é a vez dela, a famosa mais desconhecida de todos os tempos, Adelén! Olé é uma música tão farofa quanto We Are One, ela foi escolhida para ser o hino dos estádios (tem hino pra tudo nesse CD!), mas não tem nenhuma relação forte com o Brasil, ela é bem mais puxada para o tema futebol e para apresentar a norueguesa cantora para o mundo. O estilo da música também é muito ultrapassado, parece algo que tocaria em 2008.
Outros desconhecidos presentes no disco são os integrantes da banda MAGIC!, que dão um show de bola em This Is Our Time (Agora é Nossa Hora). Bem tranquila e gostosa para os ouvidos, ela é a trilha perfeita para um fim de tarde na praia, misturando violões, vozes, pandeiros e até apitos. Outra coisa que valoriza muito é que as palavras "Agora é nossa hora" são faladas realmente pelos os artistas, eles tem uma preocupação por tentar falar nossa língua, com um sotaque muito fofa, e isto é algo admirável.
Entrando no bonde dos desconhecidos temos Night & Day, que parece mais uma versão samba mix de uma música internacional qualquer. O Baha Men e a FIFA podiam ter feito algo bem diferente, não só nesta, como em outras músicas, vejamos, o Brasil não é só samba, temos ótimos estilos que também podem ser explorados.
Até que a FIFA percebe a cagada dela e coloca um pouco de funk e pop brasileiro em uma música, a Go, Gol, de Rodrigo Alexey e Preta Gil, não é de longe a melhor música, parece muito com qualquer trabalho de artista brasileiro que toca na rádio.
Aí vem Fighter, que me fez acreditar que sim, samba combina com qualquer estilo, porque nela misturamos música brasileira com J-Pop, isso mesmo, é a mistura do Brasil com Japão acontecendo. O que faltou foi só um pouco de folego, das japonesas Mika Nakashima e Miliyah Kato, para alcançar algumas notas muito altas durante o refrão.
A capa do CD é a mais clichê possível, um desenho que junta floresta, sambistas e índios. Olha, eu não queria falar nada não, mas dava pra fazer algo bem mais legal hein FIFA!
A maior consideração que tenho a fazer, sobre One Love, One Rhytm, é que faltou mostrar mais nossa diversidade em músicas flertando com o forró, sertanejo, rap, funk, entre muitos outros.
Resumo da situação: tá mais ou menos, mais ou menos.
One Love One Rhytm review, critica, musicas da copa do mundo, world cup songs
Nenhum comentário:
Postar um comentário